Páginas

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O Homem e a Biosfera (Tamiris Lago)


homem, como ser vivo faz parte da biosfera, interage com os outros seres vivos mantendo relações ecológicas com eles, algumas vezes de forma harmônica mas na maioria das outras vezes de forma desarmônica, com isso causando constantes prejuízos para a vida da biosfera em geral. A devastação de até biomas inteiros, a pesca abusiva, a substituição dos ecossistemas naturais por áreas destinadas a monoculturas e pecuária, oagronegócio em geral. Os seres vivos não domesticados dependem uns dos outros nos ecossistemas e mantêm relações específicas entre uns e outros e todos eles também interagindo com o meio ambiente onde vivem, se o meio ambiente desaparece para ceder lugar aos agronegócios humanos todos aqueles seres vivos endêmicos daquela região, são extintos. O homem moderno e civilizado é adaptado apenas para viver em sociedade e dentro das cidades, ele consegue viajar e acampar temporariamente em quase todos os lugares do planeta mas, não consegue mais se adaptar à vida dos indígenas, ficou impossível para o homem moderno voltar a viver nú na natureza. Cada ser vivo tem um ambiente em que se adapta melhor e se o ecossistema em que ele vive for modificado pelo homem, a sobrevivência desses seres vivos fica ameaçada porque eles são dependentes desses ecossistemas que foram montados e organizados em teias alimentares estabelecidas durante milhões de gerações que fizeram a história da evolução genética dessas espécies que vivem por lá há milhões de anos, sendo por isso ecossistemas muito complexos dos quais pouco sabemos como funcionam realmente. Por isso, o homem tem uma responsabilidade acrescida na saúde da biosfera e compreender quão complexas e intrincadas são essas teias alimentares que demoraram milhões de anos em evolução para serem o que são hoje em dia, serem da forma como nós avistamos esses seres vivos que lutam pela sobrevivência nessas florestas e nesses oceanos cheios de vida mas que é uma vida frágil perante ao avanço do homem no afã de conquistar mais territórios para si mesmo sobre esses ecossistemas naturais e com isso causando a destruição deles.
Neste sentido, a UNESCO lançou, em 1971, o programa internacional "O Homem e a Biosfera" para incentivar a cooperação entre os países no sentido de conhecer e encontrar formas de evitar a degradação da biosfera.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Vídeo - Biosfera

O clima, a biosfera e o ciclo do carbono (Marina Santiago)

A distribuição e estrutura básicas dos ecossistemas têm uma história antiga onde as variáveis abióticas se associam a variáveis bióticas para produzir o padrão natural de distribuição da biodiversidade. A composição da biosfera resulta de um longo processo co-evoluído entre a parte viva do planeta e seu suporte físico, sendo que o clima aparece como a principal variável na distribuição da vegetação1. O papel do clima foi reconhecido desde o início do século XVII.
CO2 EM NÚMEROS :
- 80% do aquecimento global atual é devido a este gás.
- 97% do gás carbônico emitido em 1997 é proveniente das nações industrializadas através da queima de combustíveis fósseis para produção de energia.
- 80% de toda energia produzida é consumida por @ 25% da população mundial que vive nas nações industrializadas. Principal fator pelo qual os países em desenvolvimento esperam que as nações desenvolvidas sejam as primeira à promoverem cortes na emissão.
- 30% mais CO2 existem hoje na atmosfera terrestre do que na época da revolução industrial.

No século XIX o físico Arrhenius demonstrou que o gás carbônico (CO2) possui a propriedade de capturar e armazenar calor2. A concentração atmosférica dos gases de efeito estufa dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), associados ao vapor d' água condicionam o balanço de energia planetária. Este efeito estufa natural atua como um cobertor térmico impedindo o esfriamento da terra. O aumento das concentrações antrópicas desses gases provoca o efeito estufa antrópico, objeto das preocupações ambientais mundiais.

Várias mudanças climáticas globais ocorreram ao longo da história evolutiva planetária induzindo novas organizações nos ecossistemas. As mudanças climáticas estão intimamente associadas ao ciclo do carbono e atualmente os níveis dos gases de efeito estufa, presentes na atmosfera, são os maiores dos últimos 42.000 anos. Estudos demonstram a relação entre o aquecimento atmosférico, as mudanças climáticas globais e seus efeitos na distribuição dos ecossistema, levando a profundas alterações na atual composição da biodiversidade5.

Não restam dúvidas quanto ao aquecimento global, causado pelo acúmulo de gases de efeito estufa provenientes de emissões antrópicas, nos últimos 150 anos. Os resultados aceitos pelo Intergovernamental Panel on Climate Change IPCC6 desmentem qualquer afirmativa que as MCG seriam uma concepção teórica, de interesse acadêmico, superdimensionada por pressões políticas de grupos ambientalistas. Este, conclui definitivamente que:

* O aquecimento global é devido sobretudo às atividades humanas que aumentam a concentração de Gases de Efeito Estufa e de aerossóis na atmosfera;
* a composição química da atmosfera continuará se alterando ao longo do século XXI com efeitos persistentes por vários séculos;
ü a temperatura média do planeta (medidas obtidas na superfície terrestre e marítima) aumentaram desde 1861, ao longo do século XX aumentaram em 0.6º C;
* os modelos climáticos estimam que a temperatura global irá aumentar de 1.4 a 5.8º C neste século (2100), dependendo do esforço das nações para implementar políticas de mitigação de gases de efeito estufa;
* a década de 90 foi a mais quente do século XX, talvez do milênio, sendo o ano de 1988 o que apresentou o maior pico de temperaturas globais;
* a média do nível de todo o mar aumentou entre 0.1 a 0.2 m durante o século XX, com continuada tendência de aumento;
* as geleiras, as calotas polares e a neve das montanhas continuam a derreter e diminuir suas áreas de cobertura.

As mudanças climáticas globais e as alterações na biosfera global
Vários episódios relacionam as MCG com alterações na biodiversidade. No Ártico a temperatura subiu 5ºC nos últimos 100 anos e desde 1978 suas geleiras diminuem a uma taxa de 3% por década. Os modelos climáticos prevêem que, em 2080, não haverá mais gelo durante os meses de verão, levando à extinção os ursos polares por fome7. As geleiras alpinas perderam metade de seu volume desde 1850, espécies características das baixas montanhas suíças migraram para alta montanha. Os estoques do salmão do Atlântico Norte serão destruídos quando a temperatura regional do oceano aumentar de 6ºC da média histórica. A diminuição no estoque de peixes levou a morte centenas de milhares de aves marinhas nas costas da Califórnia8.

O branqueamento dos recifes de corais, atestando sua morte, está ampliando a cada ano e estudos mostram uma correlação entre aumento da temperatura local dos oceanos e o branqueamento9.

O declínio de populações de anfíbios por todo o globo surge como um dos mais dramáticos eventos de destruição maciça da fauna. Respostas da biologia destes animais relacionadas com a respiração cutânea e fase aquática em seu ciclo reprodutivo fazem dos anfíbios um indicador de mudanças climáticas O pequeno sapo dourado (Bufo periglenes) exclusivo das montanhas de neblina da Costa Rica foi declarado extinto. Reproduzindo-se somente em uma especifica janela climática ocorreu que 30.000 indivíduos não se reproduziram devido à ausência de poças ocasionada pela estação muito seca de 1987 e somente 29 sobreviveram. Desde 1991 nenhum indivíduo foi encontrado Também o ataque do fungo chytridiomycosis infectando a pele dessecada dos sapos, ocasionou a extinção maciça de várias espécies das florestas tropicais australianas, centro e sul americanas e parte da América do Norte..

A abordagem metodológica para identificar os impactos no ecossistema brasileiro das mudanças climáticas globais.
Para apontar as tendências de modificação dos ecossistemas brasileiros em resposta aos cenários futuros de mudanças climáticas globais o caminho metodológico abordado se divide em três níveis:

Caracterização do Clima Atual. O clima atual será definido através dos elementos do clima, de suas variações e índices integradores como o balanço hídrico calculado com os dados obtidos em estações climatológicas dispersas pelo território nacional. O resultado de cada ponto será lançado em um mapa do Brasil, em quadrículas com malha de 0,5º

Cenários Climáticos Futuros. Os cenários climáticos para os próximos 100 anos será definido através de cinco modelos climáticos globais a partir de três cenários de baixa, média e alta emissão de CO2 O resultado de cada ponto será lançado em um mapa do Brasil, em quadrículas com malha de 0,5º

O ponto metodológico mais sensível do projeto será a Análise dos Ecossistemas e da Biodiversidade. Este item será abordado considerando

Caracterização Biogeográfica dos Biomas. Consiste na caracterização dos principais tipos de biomas no Brasil (Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga e Pantanal). Para cada unidade, serão geradas uma série de mapas temáticos (geologia, solos, clima, hidrologia e relevo, vegetação e composição dos principais grupos de fauna). e um mapa síntese relacionando as características hidro-morfo-pedológicas e climáticas à vegetação.

Identificação dos Bioindicadores. Para cada bioma será identificada um núcleo representativo sendo a diversidade estrutural analisada criando uma tipologia de ecossistemas através da construção de bioindicadores de resposta funcional dos ecossistemas às condições climáticas extremas tais como esclerofilia, área foliar, caducidade, entre outros. Estes bioindicadores locais serão amarrados à NDVI. permitindo o uso de sensoriamento remoto, para todo o Brasil Relacionando o NDVI com as condições climáticas locais e com os bioindicadores será gerado um modelo de regressão produzindo um índice funcional que estabelece a relação entre as estratégias adaptativas e as condições climáticas na escala regional possibilitando a mudança de escala local (núcleo) para a regional. (ecossistema). .Através deste índice funcional será criado, para cada ecossistema, um mapa de resposta funcional que correlaciona a distribuição dos indicadores obtidos com os dados espectrais permitindo agilizar o mapeamento dos ecossistemas por sensoriamento remoto.

O impacto das MCG sobre os ecossistemas será obtido através do cruzamento dos principais produtos obtidos nestas etapas - mapas síntese dos biomas associando as características hidro-morfo-pedológicas e climáticas à vegetação -mapas dos NDVI para cada ecossistema - mapas de resposta funcional/ sensibilidade de habitats para cada núcleo- mapa do balanço hídrico para cada ecossistema e mapas dos cenários climáticos futuros.

Como resultado final teremos as tendências de alterações na distribuição dos biomas - obtida através do cruzamento entre o mapa síntese e os cenários climáticos futuros, bem como as tendência de alterações internas nos ecossistemas - obtida através do cruzamento dos cenários futuros com o mapa de resposta funcional permitindo, também, uma quantificação de áreas de risco de perda de habitat.

Para os sistemas costeiros, uma metodologia um pouco diferenciada deverá ser utilizada, levando-se em consideração que o aumento médio do nível do mar será o mesmo, porém seus efeitos serão diferenciados em conseqüência das características da costa brasileira e da variação do nível das marés..

Principais tendências dos impactos das MCG sobre os ecossistemas brasileiros

O Brasil, com a sua dimensão continental, apresenta diversos ecossistemas que foram definidos e limitados ao longo do tempo, em decorrência das características climáticas, do solo, da topografia e da biodiversidade. Destacam-se a Região Amazônica, o Cerrado, o Nordeste Semi-Árido, a Mata Atlântica e o Pantanal.

Em alguns desses ecossistemas, a variabilidade climática já é suficiente para imprimir sinais significativos, não apenas nas condições naturais da biodiversidade, como também nas atividades sócio-econômicas. A Região Litorânea, por outro lado, abriga grande parte da população brasileira e possui áreas que serão alteradas significativamente com o aumento previsto do nível médio dos oceanos.

A dificuldade, até o momento, de se planejar ações compensatórias dos possíveis impactos das mudanças climáticas globais é a falta de conhecimento da intensidade dos impactos das alterações do clima nas regiões específicas. Dessa forma, os trabalhos a serem desenvolvidos visam especialmente o desenvolvimento de modelos regionais de mudanças climáticas, dentro do conhecimento já existente dos modelos de mudanças climáticas globais para os diferentes cenários de emissões dos gases de efeito estufa. Os estudos são complexos pois, em muitos casos, a alteração do balanço hídrico é devido a duas forças de transformação: uma relacionada a mudanças do uso da terra, urbanização, desmatamento; e a outra proveniente das mudanças climáticas do Planeta, decorrentes da alteração química da atmosfera terrestre pelo aumento das concentrações dos gases de efeito estufa.