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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A Degradação da Biosfera (Daiane farias)

Com o avanço da ocupação humana sobre os mais diversos ecossistemas, várias têm sido as formas de impacto sobre o equilíbrio ecológico. Os seres vivos e o meio ambiente estabelecem uma interacção dinâmica, porém frágil. O grande dilema das sociedades modernas é conciliar o desenvolvimento tecnológico e a carência cada vez maior de recursos naturais com o equilíbrio da natureza.

A tentativa de conciliação ou harmonização começou a ser intensificada na década de 1980, quando se tornaram muito mais visíveis e preocupantes várias conseqüências da profunda interferência do homem na paisagem: o efeito estufa, as chuvas ácidas, as ilhas de calor nas cidades, o buraco de ozônio, a poluição dos oceanos, a grande extensão dos desmatamentos e extinção de espécies animais, o rápido esgotamento dos recursos não-renováveis, etc.

O Desenvolvimento Sustentável

O desenvolvimento sustentável proposto desde então define-se pela continuidade dos investimentos econômicos, das pesquisas tecnológicas e da exploração de matéria-prima, de tal forma que se leve em consideração não só o presente, mas também as gerações futuras. As diferentes nações têm procurado encontrar os meios de atingir a formula, como explorar sem destruir ou, pelo menos, diminuir os impactos ambientais.

A Degradação das Florestas

A degradação ambiental pode ser das formações vegetais, como a destruição das florestas. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, 61% das terras que hoje pertencem ao nosso país eram cobertos por matas. No Brasil, a preservação ambiental ocupa um espaço cada vez maior nos meios de comunicação que veiculam quase diariamente materiais de esclarecimento, alerta e denúncia sobre o assunto. Vários movimentos organizados, como o "S.O.S Mata Atlântica" trabalham em prol da defesa das florestas brasileiras. Quando há o rompimento do equilíbrio natural (o desmatamento das florestas) rompem-se a relação vegetação/solo que possibilita o desenvolvimento da vida vegetal e animal.

A Degradação dos Ecossistemas Marinhos

Além de reunir ecossistemas riquíssimos, os oceanos funcionam como fonte de alimento e de trabalho para milhares de pessoas em todo o mundo. Um dos principais problemas que atinge os ecossistemas próximos ao litoral, como mangues e os pântanos, é a grande concentração populacional ao longo da costa em vários países.
No caso dos recifes de coral, sua destruição é provocada pela exploração de mergulhadores, que retiram material para colecionar e vender, mas, principalmente, pela poluição das águas dos próprios oceanos. Outro fenómeno recente é o branqueamento dos corais, que é atribuído ao aquecimento global.

Mais de 80% da poluição oceânica vem do continente, trazida pelos rios, chuvas e ventos. Entre os principais poluentes, estão: agrotóxicos utilizados em plantações; plásticos, latas, metais, madeiras, resíduos industriais como metais pesados (chumbo, mercúrio, cobre, estanho); esgotos lançados sem tratamento, principalmente em países mais pobres e povoados do Terceiro Mundo.

Mas também há contaminação devida às actividades humanas no mar: óleo e petróleo derramado devido a acidentes com navios-tanques, rompimentos de dutos e emissários submarinos, lixo radiativo depositado por alguns países no fundo do mar e materiais de pesca.

Muitos desses poluentes trazem conseqüências devastadoras para a cadeia alimentar marinha. Peixes e outros animais contaminam-se com pesticidas, resíduos industriais, o que é repassado a diante para outros animais da cadeia, de maneira que o próprio homem acaba ingerindo peixes e mariscos contaminados.

O esgoto e o escoamento da área cultivada levam às águas oceânicas grande quantidades de nitrogenio e fósforo presente em detergentes e fertilizantes. Esses elementos aumentam a quantidade de algas principalmente nas regiões costeiras. Seu grande crescimento diminui o nível de oxigênio da água, sufocando as demais espécies.

Biosfera (Daiane Farias)

Biosfera é o conjunto de todos os ecossistemas da Terra. O termo foi introduzido em 1875 pelo geólogo austríaco Eduard Suess. Foi criado por analogia com outros conceitos que já existiam para nomear partes da estrutura interna da Terra, tais como litosfera (o conjunto dos sólidos da Terra), atmosfera (o conjunto dos gases da Terra) e hidrosfera (o conjunto das águas da Terra). Seguindo a mesma lógica, o termo biosfera designa o conjunto dos seres vivos da Terra e seus habitats.
O conceito de biosfera pode ser interpretado como o conjunto formado pelos diferentes ecossistemas. Tendo em vista a abrangência dessa conceituação, costuma-se dividir a biosfera nos chamados biociclos, que representam conjuntos de ecossistemas dentro da biosfera. Os biociclos, por sua vez, são divididos em biócoros que podem se dividir em biomas. Existem três tipos de biociclos: epinociclo, talassociclo e limnociclo.

Epinociclo:

O epinociclo é o biociclo terrestre. É o conjunto dos seres vivos que vivem sobre terra firme e apresenta quatro biócoros bem distintos: as florestas, as savanas, os campos e os desertos.

A biócora da floresta aparece em diversos biomas diferentes, exemplos:
* Bioma da Floresta Amazônica;
* Bioma da Mata Atlântica;
* Bioma da Taiga.

Alguns exemplos de biomas que apresentam a biócora da savana:

* Bioma Cerrado a savana do centro-oeste brasileiro;
* Bioma Caatinga a savana seca do nordeste brasileiro;
* Bioma Pantanal a savana alagada do centro-oeste brasileiro;
* Bioma Serengueti nas savanas da África.

Alguns exemplos de biomas que apresentam o biócoro do campo:
* Bioma Pampas gaúcho no sul do Brasil;
* Bioma pradarias;
* Bioma estepes.
Alguns exemplos de biomas que apresentam o biócoro do deserto:

* Bioma Deserto do Saara;
* Bioma Deserto da Líbia;
* Bioma Deserto da Arábia;
* Bioma Deserto de Calaári.


Talassociclo:

O talassociclo é o biociclo marinho. É o conjunto dos seres vivos que vivem em água salgada representados pelo plâncton, nécton e benton. O plâncton são seres microscópicos, tanto como o fitoplâncton quanto o zooplâncton; o nécton são os seres vivos macroscópicos que nadam livremente como, por exemplo, os peixes, os golfinhos etc. O benton são os seres vivos que passam a maior parte do tempo parados afixados nas rochas ou enterrados na areia do fundo dos mares e oceanos como, por exemplo, corais, ostras, mariscos etc. O talassociclo apresenta três biócoros distintos:

# Biócoro da zona nerítica, que vai da superfície a até 200 metros de profundidade;
# Biócoro da zona batial, que vai de 200 a até 2000 metros de profundidade;
# Biócoro da zona abissal, que vai de 2000 a até o fundo do oceano em profundidades que variam em torno de 11.000 metros abaixo da superfície dos oceanos


Limnociclo:

O limnociclo é o biociclo dulcícola, ou seja, é o conjunto dos seres vivos que vivem em água doce e apresenta dois biócoros distintos:

* O biócoro das águas lênticas: Águas lênticas são águas paradas como pântanos, brejos, poças de água e lagoas de água doce e parada;
* O biócoro das águas lóticas: Águas lóticas são águas correntes como riachos, ribeirões, rios e lagos de água doce e corrente.


Espectro biológico:

O Espectro biológico é a representação dos níveis de organização da vida.

* Os organismos vivos se organizam em populações
* As populações se organizam em comunidades
* As comunidades se organizam em ecossistemas
* Os ecossistemas se organizam em biomas
* Os biomas se organizam em biócoros
* Os biócoros se organizam em biociclos
* Os biociclos se ororganizam na biosfera

# Molécula <> Organela <> Célula <> Tecido <> Órgão <> Sistema <> Organismo <> População <> Comunidade <> Ecossistema <> Bioma <> Biócoro <> Biociclo <> Biosfera <> Cosmo

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Biosfera - Conceito geral (Cláudia)

Os seres vivos encontram-se disseminados pelas três partes fundamentais da Terra: a atmosfera; a litosfera, integrada pela crosta terrestre e pelo manto que a recobre; e a hidrosfera, conjunto das águas superficiais do planeta.

A biosfera, portanto, compreende as porções de terra, mar e águas continentais habitadas pelos seres vivos. Não coincide com a atmosfera, a litosfera ou a hidrosfera isoladamente, pois abrange as três.

Conceito e estrutura: A vida não existiu sempre sobre a Terra. Em circunstâncias favoráveis, os seres vivos apareceram na água, evoluíram, diferenciaram-se e distribuíram-se na atmosfera e em terra firme.

Os seres vivos se organizam em ordem crescente de complexidade. Sabe-se, assim, que as moléculas se associam para formar orgânulos; estes se agrupam em células, que se associam em tecidos, e estes, por sua vez, em órgãos, que participam de sistemas conjugados em organismos que se agrupam em comunidades. Estas, em conjunto e na inter-relação com o meio físico, constituem um ecossistema, e estes, interagindo, formam um superecossistema que se estende por toda a superfície da Terra e constitui a biosfera. Esta última significa, portanto, mais ordem, maior complexidade, mais necessidade de energia e maior instabilidade. A maior demanda de energia é compensada pelas vantagens que oferecem os níveis mais evoluídos ou organizados. Assim, um indivíduo deve empregar mais energia para atender a suas necessidades e colaborar com seus vizinhos ao invés de ocupar-se unicamente de si, mas fazer parte de uma comunidade pressupõe maiores vantagens do que viver isolado. O maior dispêndio energético se compensa por uma melhor qualidade de vida. Isso ocorre em todos os níveis da biosfera.

Tomando como referência a superfície da Terra, a camada de vida ocupa cerca de dez quilômetros em profundidade (abismos submarinos) e aproximadamente sete quilômetros em altitude (ponto máximo em que se encontram aves e esporos e até onde certos microrganismos são transportados pelo vento).

Seres vivos e biosfera: Os organismos que integram a biosfera podem ser classificados em dois grandes grupos: o primeiro é formado pelos organismos chamados produtores; o segundo, pelos denominados consumidores. Os primeiros são capazes de construir seus próprios tecidos, mediante o aproveitamento da energia solar, a partir de compostos inorgânicos simples (nitrito, água, dióxido de carbono). Fazem parte dessa categoria todas as plantas, as algas e algumas bactérias, que sintetizam os compostos orgânicos imprescindíveis para edificar, desenvolver e manter as estruturas vivas: ácidos nucléicos, proteínas, glicídios (ou açúcares) e lipídios (ou gorduras). Os organismos produtores liberam oxigênio, que se transforma em ozônio na estratosfera, formando uma tela protetora contra as radiações ultravioleta procedentes do Sol.

Os organismos consumidores não são capazes de sintetizar as substâncias orgânicas que lhes servem de alimento e devem retirar elementos nutritivos dos seres aptos a essa síntese. Alimentam-se, portanto, dos produtores, de maneira direta (herbívoros) ou indireta (carnívoros). Existe ainda na biosfera uma terceira categoria de consumidores, formada pelos denominados decomponedores. Esses seres, que habitam principalmente o solo e a água, são microrganismos que se nutrem dos restos de plantas e animais. Em seu processo de nutrição, reconvertem as substâncias orgânicas em elementos simples que retornam à natureza, de onde são retirados por outros seres.

A interação dos três grupos -- produtores, consumidores e decomponedores -- mantém em circulação e intercâmbio, através da biosfera, os elementos químicos fundamentais para a vida, como carbono, oxigênio, nitrogênio, enxofre, fósforo e outros menos abundantes (cádmio, magnésio, lítio). A ação conjunta de todos os organismos faz com que a biosfera desempenhe um papel regulador de numerosos fenômenos relacionados com a superfície da Terra. Entre os principais contam-se a composição da atmosfera, a evaporação da água, a erosão geológica e a natureza do solo.

Modificação da biosfera: As mudanças bruscas nos componentes da biosfera causam desequilíbrios que afetam toda a estruturação da matéria viva. A evolução tecnológica provocou, paralelamente ao aumento dos recursos favoráveis à vida, graves perturbações da biosfera. A combustão de hidrocarbonetos para a obtenção de energia tem sido responsável, em grande medida, pela poluição da biosfera, e o transporte marítimo desses combustíveis, por grandes petroleiros, tem provocado acidentes que causam a morte imediata de milhões de seres vivos. Com a combustão do petróleo, alterou-se a composição química da atmosfera e destruiu-se parte da camada de ozônio, o que poderá ocasionar no futuro a desertificação da superfície terrestre.

A utilização de fertilizantes à base de nitratos é outro exemplo de interferência no equilíbrio da biosfera. As bactérias existentes no aparelho digestivo dos animais transformam o nitrato em nitrito, que se combina com a hemoglobina, provocando a redução do afluxo de oxigênio às células. Esse processo pode dar origem a uma anemia, às vezes fatal, chamada meta-hemoglobinemia. Todos esses processos modificadores do equilíbrio devem ser controlados, portanto, de modo a conservar a estrutura da biosfera dentro de limites que evitem a constante deterioração da natureza.

Seres vivos e biosfera (Valdirene)

Os organismos que integram a biosfera podem ser classificados em dois grandes grupos: o primeiro é formado pelos organismos chamados produtores; o segundo, pelos denominados consumidores. Os primeiros são capazes de construir seus próprios tecidos, mediante o aproveitamento da energia solar, a partir de compostos inorgânicos simples (nitrito, água, dióxido de carbono). Fazem parte dessa categoria todas as plantas, as algas e algumas bactérias, que sintetizam os compostos orgânicos imprescindíveis para edificar, desenvolver e manter as estruturas vivas: ácidos nucléicos, proteínas, glicídios (ou açúcares) e lipídios (ou gorduras). Os organismos produtores liberam oxigênio, que se transforma em ozônio na estratosfera, formando uma tela protetora contra as radiações ultravioleta procedentes do Sol.

Os organismos consumidores não são capazes de sintetizar as substâncias orgânicas que lhes servem de alimento e devem retirar elementos nutritivos dos seres aptos a essa síntese. Alimentam-se, portanto, dos produtores, de maneira direta (herbívoros) ou indireta (carnívoros). Existe ainda na biosfera uma terceira categoria de consumidores, formada pelos denominados decomponedores. Esses seres, que habitam principalmente o solo e a água, são microrganismos que se nutrem dos restos de plantas e animais. Em seu processo de nutrição, reconvertem as substâncias orgânicas em elementos simples que retornam à natureza, de onde são retirados por outros seres.

A interação dos três grupos -- produtores, consumidores e decomponedores -- mantém em circulação e intercâmbio, através da biosfera, os elementos químicos fundamentais para a vida, como carbono, oxigênio, nitrogênio, enxofre, fósforo e outros menos abundantes (cádmio, magnésio, lítio). A ação conjunta de todos os organismos faz com que a biosfera desempenhe um papel regulador de numerosos fenômenos relacionados com a superfície da Terra. Entre os principais contam-se a composição da atmosfera, a evaporação da água, a erosão geológica e a natureza do solo.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O Homem e a Biosfera (Tamiris Lago)


homem, como ser vivo faz parte da biosfera, interage com os outros seres vivos mantendo relações ecológicas com eles, algumas vezes de forma harmônica mas na maioria das outras vezes de forma desarmônica, com isso causando constantes prejuízos para a vida da biosfera em geral. A devastação de até biomas inteiros, a pesca abusiva, a substituição dos ecossistemas naturais por áreas destinadas a monoculturas e pecuária, oagronegócio em geral. Os seres vivos não domesticados dependem uns dos outros nos ecossistemas e mantêm relações específicas entre uns e outros e todos eles também interagindo com o meio ambiente onde vivem, se o meio ambiente desaparece para ceder lugar aos agronegócios humanos todos aqueles seres vivos endêmicos daquela região, são extintos. O homem moderno e civilizado é adaptado apenas para viver em sociedade e dentro das cidades, ele consegue viajar e acampar temporariamente em quase todos os lugares do planeta mas, não consegue mais se adaptar à vida dos indígenas, ficou impossível para o homem moderno voltar a viver nú na natureza. Cada ser vivo tem um ambiente em que se adapta melhor e se o ecossistema em que ele vive for modificado pelo homem, a sobrevivência desses seres vivos fica ameaçada porque eles são dependentes desses ecossistemas que foram montados e organizados em teias alimentares estabelecidas durante milhões de gerações que fizeram a história da evolução genética dessas espécies que vivem por lá há milhões de anos, sendo por isso ecossistemas muito complexos dos quais pouco sabemos como funcionam realmente. Por isso, o homem tem uma responsabilidade acrescida na saúde da biosfera e compreender quão complexas e intrincadas são essas teias alimentares que demoraram milhões de anos em evolução para serem o que são hoje em dia, serem da forma como nós avistamos esses seres vivos que lutam pela sobrevivência nessas florestas e nesses oceanos cheios de vida mas que é uma vida frágil perante ao avanço do homem no afã de conquistar mais territórios para si mesmo sobre esses ecossistemas naturais e com isso causando a destruição deles.
Neste sentido, a UNESCO lançou, em 1971, o programa internacional "O Homem e a Biosfera" para incentivar a cooperação entre os países no sentido de conhecer e encontrar formas de evitar a degradação da biosfera.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Vídeo - Biosfera

O clima, a biosfera e o ciclo do carbono (Marina Santiago)

A distribuição e estrutura básicas dos ecossistemas têm uma história antiga onde as variáveis abióticas se associam a variáveis bióticas para produzir o padrão natural de distribuição da biodiversidade. A composição da biosfera resulta de um longo processo co-evoluído entre a parte viva do planeta e seu suporte físico, sendo que o clima aparece como a principal variável na distribuição da vegetação1. O papel do clima foi reconhecido desde o início do século XVII.
CO2 EM NÚMEROS :
- 80% do aquecimento global atual é devido a este gás.
- 97% do gás carbônico emitido em 1997 é proveniente das nações industrializadas através da queima de combustíveis fósseis para produção de energia.
- 80% de toda energia produzida é consumida por @ 25% da população mundial que vive nas nações industrializadas. Principal fator pelo qual os países em desenvolvimento esperam que as nações desenvolvidas sejam as primeira à promoverem cortes na emissão.
- 30% mais CO2 existem hoje na atmosfera terrestre do que na época da revolução industrial.

No século XIX o físico Arrhenius demonstrou que o gás carbônico (CO2) possui a propriedade de capturar e armazenar calor2. A concentração atmosférica dos gases de efeito estufa dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), associados ao vapor d' água condicionam o balanço de energia planetária. Este efeito estufa natural atua como um cobertor térmico impedindo o esfriamento da terra. O aumento das concentrações antrópicas desses gases provoca o efeito estufa antrópico, objeto das preocupações ambientais mundiais.

Várias mudanças climáticas globais ocorreram ao longo da história evolutiva planetária induzindo novas organizações nos ecossistemas. As mudanças climáticas estão intimamente associadas ao ciclo do carbono e atualmente os níveis dos gases de efeito estufa, presentes na atmosfera, são os maiores dos últimos 42.000 anos. Estudos demonstram a relação entre o aquecimento atmosférico, as mudanças climáticas globais e seus efeitos na distribuição dos ecossistema, levando a profundas alterações na atual composição da biodiversidade5.

Não restam dúvidas quanto ao aquecimento global, causado pelo acúmulo de gases de efeito estufa provenientes de emissões antrópicas, nos últimos 150 anos. Os resultados aceitos pelo Intergovernamental Panel on Climate Change IPCC6 desmentem qualquer afirmativa que as MCG seriam uma concepção teórica, de interesse acadêmico, superdimensionada por pressões políticas de grupos ambientalistas. Este, conclui definitivamente que:

* O aquecimento global é devido sobretudo às atividades humanas que aumentam a concentração de Gases de Efeito Estufa e de aerossóis na atmosfera;
* a composição química da atmosfera continuará se alterando ao longo do século XXI com efeitos persistentes por vários séculos;
ü a temperatura média do planeta (medidas obtidas na superfície terrestre e marítima) aumentaram desde 1861, ao longo do século XX aumentaram em 0.6º C;
* os modelos climáticos estimam que a temperatura global irá aumentar de 1.4 a 5.8º C neste século (2100), dependendo do esforço das nações para implementar políticas de mitigação de gases de efeito estufa;
* a década de 90 foi a mais quente do século XX, talvez do milênio, sendo o ano de 1988 o que apresentou o maior pico de temperaturas globais;
* a média do nível de todo o mar aumentou entre 0.1 a 0.2 m durante o século XX, com continuada tendência de aumento;
* as geleiras, as calotas polares e a neve das montanhas continuam a derreter e diminuir suas áreas de cobertura.

As mudanças climáticas globais e as alterações na biosfera global
Vários episódios relacionam as MCG com alterações na biodiversidade. No Ártico a temperatura subiu 5ºC nos últimos 100 anos e desde 1978 suas geleiras diminuem a uma taxa de 3% por década. Os modelos climáticos prevêem que, em 2080, não haverá mais gelo durante os meses de verão, levando à extinção os ursos polares por fome7. As geleiras alpinas perderam metade de seu volume desde 1850, espécies características das baixas montanhas suíças migraram para alta montanha. Os estoques do salmão do Atlântico Norte serão destruídos quando a temperatura regional do oceano aumentar de 6ºC da média histórica. A diminuição no estoque de peixes levou a morte centenas de milhares de aves marinhas nas costas da Califórnia8.

O branqueamento dos recifes de corais, atestando sua morte, está ampliando a cada ano e estudos mostram uma correlação entre aumento da temperatura local dos oceanos e o branqueamento9.

O declínio de populações de anfíbios por todo o globo surge como um dos mais dramáticos eventos de destruição maciça da fauna. Respostas da biologia destes animais relacionadas com a respiração cutânea e fase aquática em seu ciclo reprodutivo fazem dos anfíbios um indicador de mudanças climáticas O pequeno sapo dourado (Bufo periglenes) exclusivo das montanhas de neblina da Costa Rica foi declarado extinto. Reproduzindo-se somente em uma especifica janela climática ocorreu que 30.000 indivíduos não se reproduziram devido à ausência de poças ocasionada pela estação muito seca de 1987 e somente 29 sobreviveram. Desde 1991 nenhum indivíduo foi encontrado Também o ataque do fungo chytridiomycosis infectando a pele dessecada dos sapos, ocasionou a extinção maciça de várias espécies das florestas tropicais australianas, centro e sul americanas e parte da América do Norte..

A abordagem metodológica para identificar os impactos no ecossistema brasileiro das mudanças climáticas globais.
Para apontar as tendências de modificação dos ecossistemas brasileiros em resposta aos cenários futuros de mudanças climáticas globais o caminho metodológico abordado se divide em três níveis:

Caracterização do Clima Atual. O clima atual será definido através dos elementos do clima, de suas variações e índices integradores como o balanço hídrico calculado com os dados obtidos em estações climatológicas dispersas pelo território nacional. O resultado de cada ponto será lançado em um mapa do Brasil, em quadrículas com malha de 0,5º

Cenários Climáticos Futuros. Os cenários climáticos para os próximos 100 anos será definido através de cinco modelos climáticos globais a partir de três cenários de baixa, média e alta emissão de CO2 O resultado de cada ponto será lançado em um mapa do Brasil, em quadrículas com malha de 0,5º

O ponto metodológico mais sensível do projeto será a Análise dos Ecossistemas e da Biodiversidade. Este item será abordado considerando

Caracterização Biogeográfica dos Biomas. Consiste na caracterização dos principais tipos de biomas no Brasil (Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga e Pantanal). Para cada unidade, serão geradas uma série de mapas temáticos (geologia, solos, clima, hidrologia e relevo, vegetação e composição dos principais grupos de fauna). e um mapa síntese relacionando as características hidro-morfo-pedológicas e climáticas à vegetação.

Identificação dos Bioindicadores. Para cada bioma será identificada um núcleo representativo sendo a diversidade estrutural analisada criando uma tipologia de ecossistemas através da construção de bioindicadores de resposta funcional dos ecossistemas às condições climáticas extremas tais como esclerofilia, área foliar, caducidade, entre outros. Estes bioindicadores locais serão amarrados à NDVI. permitindo o uso de sensoriamento remoto, para todo o Brasil Relacionando o NDVI com as condições climáticas locais e com os bioindicadores será gerado um modelo de regressão produzindo um índice funcional que estabelece a relação entre as estratégias adaptativas e as condições climáticas na escala regional possibilitando a mudança de escala local (núcleo) para a regional. (ecossistema). .Através deste índice funcional será criado, para cada ecossistema, um mapa de resposta funcional que correlaciona a distribuição dos indicadores obtidos com os dados espectrais permitindo agilizar o mapeamento dos ecossistemas por sensoriamento remoto.

O impacto das MCG sobre os ecossistemas será obtido através do cruzamento dos principais produtos obtidos nestas etapas - mapas síntese dos biomas associando as características hidro-morfo-pedológicas e climáticas à vegetação -mapas dos NDVI para cada ecossistema - mapas de resposta funcional/ sensibilidade de habitats para cada núcleo- mapa do balanço hídrico para cada ecossistema e mapas dos cenários climáticos futuros.

Como resultado final teremos as tendências de alterações na distribuição dos biomas - obtida através do cruzamento entre o mapa síntese e os cenários climáticos futuros, bem como as tendência de alterações internas nos ecossistemas - obtida através do cruzamento dos cenários futuros com o mapa de resposta funcional permitindo, também, uma quantificação de áreas de risco de perda de habitat.

Para os sistemas costeiros, uma metodologia um pouco diferenciada deverá ser utilizada, levando-se em consideração que o aumento médio do nível do mar será o mesmo, porém seus efeitos serão diferenciados em conseqüência das características da costa brasileira e da variação do nível das marés..

Principais tendências dos impactos das MCG sobre os ecossistemas brasileiros

O Brasil, com a sua dimensão continental, apresenta diversos ecossistemas que foram definidos e limitados ao longo do tempo, em decorrência das características climáticas, do solo, da topografia e da biodiversidade. Destacam-se a Região Amazônica, o Cerrado, o Nordeste Semi-Árido, a Mata Atlântica e o Pantanal.

Em alguns desses ecossistemas, a variabilidade climática já é suficiente para imprimir sinais significativos, não apenas nas condições naturais da biodiversidade, como também nas atividades sócio-econômicas. A Região Litorânea, por outro lado, abriga grande parte da população brasileira e possui áreas que serão alteradas significativamente com o aumento previsto do nível médio dos oceanos.

A dificuldade, até o momento, de se planejar ações compensatórias dos possíveis impactos das mudanças climáticas globais é a falta de conhecimento da intensidade dos impactos das alterações do clima nas regiões específicas. Dessa forma, os trabalhos a serem desenvolvidos visam especialmente o desenvolvimento de modelos regionais de mudanças climáticas, dentro do conhecimento já existente dos modelos de mudanças climáticas globais para os diferentes cenários de emissões dos gases de efeito estufa. Os estudos são complexos pois, em muitos casos, a alteração do balanço hídrico é devido a duas forças de transformação: uma relacionada a mudanças do uso da terra, urbanização, desmatamento; e a outra proveniente das mudanças climáticas do Planeta, decorrentes da alteração química da atmosfera terrestre pelo aumento das concentrações dos gases de efeito estufa.